Local: Auditório 1 (PAF V)
Resumo: Em finais da década de oitenta e início da década de 90 se acirram os debates em torno das propostas de implantação e implementação das ações afirmativas na sociedade brasileira tendo como foco as cotas nas agências de ensino superior. Destaca-se no contexto nacional o Estado da Bahia por meio do protagonismo da Universidade Estadual da Bahia – UNEB, que preconizado pelas ações do movimento negro junto à academia logrou conquistas importantes no terreno educacional, alterando a composição étnico-racial e a posição social dos estudantes no interior dessas instituições. A UNEB em 2002 e UFBA em 2004 foram exemplos para todo Brasil. Essas instituições e o Brasil mudaram a forma de conceber a população negra, forjando um debate, por vezes, colorido com os apartes irados. A partir de 2001 o Estado brasileiro assume existência do racismo no País e, consequentemente, a política do reconhecimento exige ações que promovam a igualdade. Em 2007 implanta-se o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) e em 2012 numa negra comoção: a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre a constitucionalidade das Cotas Raciais no Ensino Superior. Na atualidade está proposta de consecução da igualdade se ancora e resguarda-se na lei. Todavia, cabe a pergunta: por que os estudantes cotistas, ainda, têm dificuldades para se inserirem e se sentirem como parte dessa instituição? Por que não se implantou e implementou a Lei 10.639 no contexto dos cursos de graduação da UFBA e demais universidades? Não podemos esquecer que esta situação faz parte do imaginário social que cristalizou por meio da ideologia da democracia racial a não existência de preconceito e racismo no Brasil. Neste sentido, o propósito desta mesa redonda é reconstruir as negras travessias e colocá-las nas trilhas da justiça social, não permitindo a invisibilização do protagonismo negro na definição desta política pública no campo da educação, bem como, em outras áreas do conhecimento humano como cultura, saúde etc. Os resultados desse trabalho visam também subsidiar aplicação da Lei 10.639 ampliando a autoestima e a permanência dos estudantes negros nas universidades garantindo e protegendo a saúde mental dos mesmos. Poderá ser fortalecedor dos projetos já existentes nessas agências ao passo que se compreende como um projeto com potencialidades para combater ações e/ou manifestações atitudinais negativas e discriminatórias que causam humilhação e a evasão escolar. Esta mesa está sendo proposta pelo Núcleo de Estudos e Pesquisa Gênero, Raça/Etnia e Geração (NEPGREG). Contaremos com a presença do Vereador Silvio Humberto Passos, Dr Henrique Antunes Cunha Jr, Gilmara Lisboa entre outros.Mesa temática